segunda-feira, 10 de maio de 2010

31 anos, 100kg, CHEGAAAAAAAAAAAAAA!!!

Nunca imaginei como um corpo molenga e desengonçado poderia efetuar tamanha façanha.
Aos 31 anos de idade, bem próximo da 32ª primavera, decidi MUDAR MINHA VIDA.
Dormi cedo hoje, as 03h da manhã e, ainda me revirando tentando encontrar uma confortável posição que me protegesse do frio, refleti muito acerca do que estava fazendo com a minha vida.
BASTA!
100kgs é uma grande marca se se tomar uma atitude. É minha segunda vez atingindo os 03 dígitos da balança e isso nada me agrada.
Decidi então fazer algo após 20 anos de pleno e vagabundo sedentarismo.
Basicamente, minha vida é igual a de vocês: Acordar, trabalhar, estudar, voltar pra casa, dormir e tudo de novo. Esta rotina que nos carrega ao auge do sedentarismo nos consome sem ao menos nos dar permissão da percepção do que estamos realmente causando a nós.
Aí, antes de dormir, liguei o computador e carreguei um despertador online (http://kukuklok.com/) para acordar. Que horas? As 07h da manhã.
Experimente ao menos uma vez na vida colocar este despertador na campainha do EXÉRCITO para te acordar após 04h de um preguiçoso sono de segunda para segunda. É o MÁXIMO. É como se você estivesse em uma rave transmutado do ventre de sua mãe para o interior da balada.
Disposto a mudar de vida, fiquei SONHANDO em que eu poderia fazer. Acordei as 07h conforme previsto com um soldado enlouquecido tocando sua corneta incessantemente. Acordei, ataquei um tênis no cpu e mesmo tendo errado a caixa de som, percebi que a corneta deu uma bela desafinada.
Levantei para ver se havia machucado meu colega soldado que só queria mesmo cumprir sua missão que era me acordar.
Fui até o CPU e vi que ele estava bem.
Coloquei o despertador na funçõa snooze (Soneca?) e deitei de novo. É muito difícil perder hábitos majestosos como o de dormir bem.
Em inacreditáveis 10 minutos, aquele soldado ferido voltou a tocar desvairadamente sua corneta. Eu, meio sem entender, resolvi puxar da tomada o tal do computador, na esperança de poder ter mais algumas horas de sono.
Desliguei tudo, a tv, o telefone, o celular que estava carregando, TUDO menos o cpu que continuava com sua estridente canção cornetal.
Levantei, então, de novo e dei um basta em tudo. ACORDEI MESMO e fui tomar um banho para iniciar minha nova jornada.
Decidi que caminharia a partir de hoje e foi o que eu fiz.
Saí disposto a dar duas voltas na pista de caminhada que existe aqui em nosso bairro.
Fui, após um bom banho, e com uma bermuda destas de exercícios coberta mais de sua metade por uma camiseta de algodão, iniciar minha caminhada.
O tempo estava frio, quase garoando, mas isso não me desanimou. Afinal era meu primeiro dia de NOVA VIDA.
Lembrei que há 05 meses, eu tinha que fazer um teste para saber a instalação elétrica da minha casa estava com defeitos ou com desvio de energia. DESLIGUEI TUDO e tirei uma foto do relógio de luz.
A agência fornecedora de energia elétrica não conseguia me provar o porque a conta de luz da minha casa tinha um valor equiparado a de uma casa de uma família de 05 pessoas. Nem eu.
Desliguei tudo e sai para caminhada.
Meio que marchando, em um ritmo bastante considerável para um sedentário de 31 anos que a 20 deles nunca levantara nem sequer um braço para nada, fui em direção à pista de caminhada.
Incrível. O percurso que eu faço em menos de 02 minutos (de carro) da minha casa até esta pista se transformara em 17 minutos de um passeio que me levou a estafa.
Mas não desisti.
Quando cheguei na pista, minha canela doía. Nem lembrava que eu tinha canela, quanto mais que ela poderia DOER.
A canela da perna esquerda doía muito e pensei em voltar pra casa... Loucura, pois foi justamente aquela distância que me fez sentir tal dor. Então, ainda caminhando, sem nenhuma parada, iniciei minha caminhada na pista de caminhada do bairro.
Comecei a reparar que a dor era contagiante e contagiou minha outra canela. Em menos de 3 minutos, a dor passou a ser formigamento e minhas duas pernas estavam embebidas em um misto de coceira e formigamento, com dores pequenas e sensação de prurido.
Não me abati.
Firme e forte, levantei a cabeça e vi que só faltavam mais 90% do percurso para percorrer.
Abaixei a cabeça de novo e voltei a reparar nas minhas sensações e dores.
Foi quando identifiquei que a pista tinha lajotas, duas a duas, daquelas que são duas horizontais e duas verticais, fazendo uma calçada tímida e sem vida, ter a cara de pista de alguma coisa.
Eram sete colunas intermináveis de lajotas que me hipnotizavam para que eu não pudesse mais sentir as dores que agora subiam para as batatas das pernas.
A dor foi consumindo as coxas, e chegou a cintura.
Logo, meu corpo estava todo formigando e isso me fez pensar: Será que estou fazendo mais MAL do que BEM pra mim?
Isso me desestimulou, mas ainda no mesmo ritmo, continuei a jornada e dei uma tímida levantada na cabeça para identificar que ainda faltava o dobro do que eu já tinha andado para chegar ao final da pista e aí então poder retornar para casa.
Concentrado e com fome, continue. Firme e forte. Não tão forte assim. Mas continuei.
A dor já era engraçada, pois eu percebi que EU conseguiria vencê-la e não ela a mim.
Com a força do infinito, cheguei ao final e percebi que faltou alguma coisa no começo: o alongamento.
Aí, fiz um alongamentinho ali no final da pista mesmo, meio tímido e sem jeito, mas pronto para desmaiar quando chegasse em casa.
Resolvi vir embora e passei inevitavelmente em frente de armadilhas como padaria e mercadinho. Ambos me chamavam para o consumo e fui forte, só pensando em poder relatar aos meus amigos o que havia acabado de fazer.
Cheguei em casa e vi que o relógio não se movimentou e de fato a cobrança da fornecedora de luz é indevida. VOU RECLAMAR.
Agora chega. Cansei de escrever e as pernas ainda estão formigando.
Bom dia para você e BOA SEMANA!
Conte SEMPRE comigo.
VaLEO
Leo Cinezi

2 comentários: